Indústria do Rio não deslancha, mas empresários acreditam que haverá melhora

A indústria fluminense apresentou resultados aquém do esperado no primeiro trimestre de 2019. De acordo com a Sondagem Industrial Regional, elaborada pela Firjan, todas as regiões apontaram recuo no volume de produção em março e seguiram com o indicador de Utilização da Capacidade Instalada abaixo da média histórica. Além disso, a maioria das indústrias do estado aumentou o nível de estoques. Ainda assim, a maioria dos empresários seguiu confiante e otimista em relação aos próximos seis meses, principalmente no que diz respeito ao aumento da demanda e das exportações

Quanto à situação financeira no primeiro trimestre, os industriais informaram continuar com dificuldade de acesso ao crédito e margem de lucro insatisfatória. Em contrapartida, as regiões Sul, Serrana, Noroeste e Centro Sul, na comparação com o mesmo período de 2018, apresentaram leve melhora na situação financeira.

“A indústria acompanhou a tendência geral da economia no estado, que apresentou indicadores abaixo do esperado. A atividade econômica ainda é fraca, mas existe a tendência de evolução ao longo do ano, principalmente com a aprovação da reforma da Previdência”, explica Julia Pestana, analista de Estudos Econômicos da Firjan.

De acordo com Fernando Aguiar, presidente da Firjan Norte Fluminense, a recuperação mais lenta verificada em sua região se explica por ter sido mais assolada durante a crise. A indústria de transformação local fechou 1.300 vagas nos três primeiros meses do ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Ainda assim, ele ressalta que estão confirmados R$ 19,4 bilhões em investimentos para o Norte do estado, além de mais R$ 105,4 bilhões que atingirão mais de uma região, referentes ao mercado de petróleo e gás. “É um indicador de que estamos retomando, principalmente em Macaé, com forte ligação com o mercado de P&G”, informou.

Otimismo para próximos seis meses

Com exceção da região Norte, a maioria dos empresários seguiu confiante e otimista em relação aos próximos seis meses, em especial em relação ao aumento da demanda e das exportações. Ainda assim, contratações e investimentos só acontecerão com a redução da ociosidade no processo produtivo e a recuperação efetiva da situação financeira das empresas.

Um dos destaques do otimismo é o Centro-Norte fluminense, onde os empresários esperam aumento da demanda por produtos industriais (60,3 pontos) e de compra de matérias-primas (61,2 pontos). Eles esperam também ampliar o quadro de funcionários nos próximos meses (54,2 pontos), em contraste com a maioria do estado. No primeiro trimestre de 2019, a indústria de transformação naquela região já registrou o maior saldo do estado (+232 vagas), de acordo com o Caged. Metade das 24 atividades abriu postos de trabalho, sobretudo em fabricação de produtos de metal e em bebidas. Cordeiro e Nova Friburgo registraram os melhores resultados entre os municípios.

“Nossa região tradicionalmente demanda muita mão de obra por conta do setor metalomecânico”, analisa Carlos Eduardo Lima, presidente da Firjan Centro-Norte Fluminense. De acordo com ele, com a reforma previdenciária, a economia será ainda mais destravada, aumentando os postos de trabalho.

Acesse a Sondagem Industrial Regional (o Leste não atingiu a meta mínima de respondentes da Sondagem. Por conta disso, não há relatórios para esta região)

 

Fonte: Firjan